Anos 80 na cultura pop: por que nunca sai de moda?

É só alguém soltar um sintetizador, colocar uma jaqueta com ombreiras ou tocar Thriller no volume máximo que a magia acontece: somos transportados direto para os anos 80.

E mesmo que essa década já tenha passado faz tempo, a verdade é que ela continua vivíssima. Mas o que faz os anos 80 na cultura pop nunca saírem de moda?

Anos 80, a década do exagero

Se tem uma palavra que define os anos 80, essa palavra é exagero, mas no melhor sentido possível.

Tudo era mais: mais cor, mais brilho, mais volume no cabelo e mais ousadia nas ideias. Foram muitas inovações tecnológicas e uma explosão criativa que simplesmente moldou boa parte do que consumimos até hoje em entretenimento.

No cinema, os anos 80 entregaram uma coleção de clássicos que ainda moram no coração das pessoas: De Volta para o Futuro (1985), Os Caça-Fantasmas (1984), Clube dos Cinco (1985), Os Goonies (1985) e Curtindo a Vida Adoidado (1986) são só alguns exemplos.

Esses filmes carregam uma estética e um espírito que continuam servindo de inspiração para novos criadores até hoje.

A televisão também brilhou, e muito. Foi a era de ouro dos desenhos animados como He-Man, She-Ra e Cavaleiros do Zodíaco, além de séries que conquistaram o mundo, como Miami Vice e ALF.

E a música? Bom, aqui meu coração bate mais forte, porque estamos falando da década que consagrou um dos meus artistas favoritos: Michael Jackson.

Foi nos anos 80 que ele lançou Thriller, mais especificamente em 1982, o álbum mais vendido da história, que não só definiu o pop como elevou o videoclipe a uma forma de arte.

E não para por aí: Madonna, Prince, Whitney Houston e tantos outros artistas revolucionaram a música e construíram ícones que continuam sendo referência até hoje.

Nos videogames, os anos 80 foram o nascimento de franquias que se tornariam lendárias: Donkey Kong (1981), Super Mario Bros. (1985), The Legend of Zelda (1986) e Metroid (1986), só para começar.

Foi o ponto de partida de um mercado que hoje movimenta bilhões. A criatividade da época era tão pura e inventiva que muitos desses jogos ainda são jogados com entusiasmo pelas novas gerações.

A nostalgia como motor da cultura pop atual

Você já se pegou revendo um filme antigo e sentindo aquele quentinho no coração? Ou ouvindo uma música dos anos 80 e pensando que ela parece atual?

Isso não acontece por acaso. A nostalgia virou combustível para boa parte da cultura pop moderna, e os anos 80 são, sem dúvida, uma das décadas mais exploradas e queridas nesse resgate.

Nos últimos anos, vimos um revival da década em produções como Stranger Things, que basicamente transformou o amor pelos anos 80 em identidade visual, sonora e narrativa para pessoas que nem sequer viveram naquela década.

A série da Netflix é uma carta de amor a tudo que a época representa: bicicletas, walkmans, fliperamas e muito, muito suspense com cara de Steven Spielberg encontra Stephen King.

Quer outros exemplos?

O filme Jogador Nº1 (2018), dirigido por Spielberg, é um desfile de referências à cultura pop oitentista, dos games aos filmes.

E Guardiões da Galáxia (2014) soube misturar ação cósmica com uma trilha sonora recheada de hits dos anos 70 e 80, como Come and Get Your Love (Redbone) e Hooked on a Feeling (Björn Skifs e Blue Swede).

Moda, música e estética visual

Não é só na tela que os anos 80 estão de volta. A moda também entrou de cabeça nesse revival, e tudo bem ser exagerado de novo.

Se você olhar as vitrines das lojas, os feeds do Instagram ou até os palcos dos grandes shows, vai ver os sinais: jaquetas oversized, óculos espelhados, cores neon, leggings metálicas, estampas geométricas e até as temidas ombreiras estão de volta.

A estética oitentista voltou com tudo, agora reinterpretada com um toque contemporâneo.

A música também não ficou de fora. Artistas como The Weeknd e Dua Lipa vêm resgatando a sonoridade dos anos 80 com sintetizadores, batidas retrô e clipes com visual VHS.

Por falar em The Weeknd, o álbum After Hours, lançado em 2020, foi um sucesso absoluto — e bebeu muito na fonte dos anos 80.

Até mesmo os videoclipes voltaram a investir na estética vintage. Gravações com filtros granulados, danças coreografadas e narrativas dramáticas típicas da MTV nos seus primórdios reaparecem como uma homenagem e, ao mesmo tempo, uma releitura criativa do passado.

O legado geek e nerd dos anos 80

Dungeons & Dragons

Se você ama cultura geek, pode agradecer aos anos 80 por muito do que existe hoje nesse universo.

Foi nessa década que o RPG de mesa Dungeons & Dragons se consolidou como uma febre entre jovens nerds — e virou um símbolo máximo da imaginação coletiva e da criação de mundos fantásticos.

Até hoje, ele influencia séries como Stranger Things, jogos como Baldur’s Gate 3 (2023) e streamings de roleplay que fazem sucesso no YouTube e Twitch.

E o que dizer dos videogames?

A Nintendo lançou o NES em 1983 no Japão (e em 1985 nos EUA), revolucionando o mercado e colocando o console como peça-chave da infância de milhões de pessoas. Jogos como Super Mario Bros., Zelda e Metroid nasceram ali e continuam sendo amados até hoje.

Os anos 80 também ajudaram a construir a figura do nerd como conhecemos hoje: alguém que ama tecnologia, ficção científica, quadrinhos, jogos e tudo que envolve mundos alternativos.

Foi nessa época que o orgulho de ser geek começou a florescer, mesmo em meio ao estigma. Hoje, essa cultura é mainstream, mas as raízes estão lá atrás, nos fliperamas e nas locadoras de vídeo.

A Comic Con, por exemplo, que antes era um evento de nicho, virou um dos maiores símbolos da cultura pop global. E muitas das paixões que alimentam esses encontros e criam fandoms indestrutíveis, como Star Wars, Star Trek, Batman, X-Men e Transformers, estavam no auge nos anos 80.

Por que os anos 80 nunca morrem?

A verdade é que os anos 80 na cultura pop representam muito mais do que apenas uma década cheia de ombreiras e música dançante. Eles são um símbolo de liberdade criativa, de ousadia estética e de uma forma de se divertir com intensidade.

E quando olhamos ao redor, como nos filmes, nas séries, na música, nos jogos e até na moda, percebemos que esse espírito ainda pulsa.

A cada nova geração, alguém descobre essa década e se apaixona por ela de novo, criando uma ponte entre passado e presente que parece impossível de romper.

Então, como diria o rei do pop, don’t stop ’til you get enough dessa década incrível!

E você, quais são suas lembranças favoritas dos anos 80 na cultura pop? Conta pra mim nos comentários.

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Giovanna Coppola
Giovanna Coppola

Uma das minhas memórias mais antigas sou eu com aproximadamente 6 anos deixando o Mega Drive ligado a noite toda porque não podia perder meu progresso em Sonic the Hedgehog. Além de jogos de videogame, sou apaixonada por tecnologia, cultura geek, arte, k-dramas, café, gatos e mais algumas coisinhas.

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