A evolução dos gráficos nos jogos: 8 bits, 16 bits, 3D, 4K

Se tem uma coisa que todo mundo que ama videogame adora reparar, além da jogabilidade e da trilha sonora, é na evolução dos gráficos nos jogos. Afinal, quem nunca ficou de queixo caído com um trailer hiper-realista ou com a primeira cutscene de um jogo novo?

Mas nem sempre foi assim. Dos quadradinhos encantadores do Atari até os visuais de cair o queixo com resolução 4K e ray tracing em tempo real, a forma como os jogos se apresentam visualmente passou por transformações que contam uma história fascinante sobre criatividade, tecnologia e emoção.

Hoje, vamos explorar como os gráficos evoluíram ao longo das décadas e como isso impacta a nossa forma de jogar e de sentir os games.

Antes dos 8 bits: sim, existiam gráficos antes disso!

Magnavox Odyssey, primeiro videogame do mundo

Pode acreditar: a história dos videogames começou bem antes de Mario dar o primeiro pulo.

O primeiro console da história foi o Magnavox Odyssey, lançado lá em 1972, e mesmo com gráficos super básicos (pense em quadrados se movendo em uma tela com ajuda de adesivos colados na TV), ele abriu as portas para tudo que viria depois.

Logo na sequência, o Atari 2600, que chegou em 1977, popularizou os jogos eletrônicos com clássicos como Space Invaders e Pitfall! — mas ainda assim, os visuais eram bem limitados.

A evolução dos gráficos nos jogos, como realmente sentimos no visual, no estilo e na identidade de cada título, só começou a pegar ritmo de verdade nos anos 80, com os consoles de 8 bits.

Foi nessa fase que os jogos passaram a ter “personagens com carinha” (ainda que pixelada), cenários mais coloridos e um charme visual que a gente reconhece até hoje.

Não é que os jogos anteriores não importem, pelo contrário, sem eles a indústria nem existiria. Mas quando o assunto é ver a evolução gráfica acontecer diante dos nossos olhos, o ponto de partida ideal é a era dos pixels apaixonantes que todo mundo conhece, e muita gente ama até hoje, a era dos 8 bits.

Anos 80 e o início de tudo: a era dos 8 bits

Metroid (1986)

Nos anos 80, os gráficos dos jogos eram simples, minimalistas e encantadores à sua maneira. Estamos falando da era dos 8 bits, com consoles como o Nintendinho (NES) e o Master System dominando as casas de quem se aventurava nesse novo universo eletrônico.

O visual era construído com poucos pixels e uma paleta de cores bem limitada. Mesmo assim, nasciam ali personagens inesquecíveis como Mario, Mega Man e Samus (do jogo Metroid, que futuramente serviria como referência para a criação do gênero Metroidvania).

Primeira metade dos anos 90 e a chegada dos 16 bits

The Legend of Zelda: A Link to the Past (1991)

Com a chegada dos 16 bits, na década de 90, os gráficos deram um salto expressivo. Super Nintendo e Mega Drive passaram a exibir sprites mais detalhados, cenários com múltiplas camadas e animações mais suaves.

Jogos como The Legend of Zelda: A Link to the Past (1991) e Sonic the Hedgehog 2 (1992) mostraram que, mesmo sem gráficos realistas, era possível criar mundos riquíssimos em personalidade e expressão visual.

O charme dessa época ainda é admirado por muitas e muitas pessoas, tanto que jogos modernos como Shovel Knight (2014) e Undertale (2015) homenageiam esse estilo retrô com orgulho.

Segunda metade dos anos 90 e a chegada do 3D: um salto para uma nova dimensão

Super Mario 64 (1996)

A segunda metade dos anos 90 trouxe um momento revolucionário: os jogos deram o salto do 2D para o 3D. Isso foi possível graças ao avanço do hardware e à ousadia de estúdios que queriam oferecer algo além dos sprites.

O lançamento do PlayStation (1994), do Nintendo 64 (1996) e do Sega Saturn (1994) marcou uma nova era na evolução dos gráficos nos jogos.

Foi nessa época que o mundo conheceu o impacto de Super Mario 64 (1996), um divisor de águas que mostrou como o 3D podia mudar completamente a forma de se jogar e de ver o mundo dos games.

De repente, os ambientes deixaram de ser planos e passaram a ter profundidade. As câmeras se moviam em todas as direções, e a sensação de liberdade era algo nunca visto.

Claro, os primeiros modelos 3D eram bem quadradões. Basta lembrar de Tomb Raider (1996) ou Final Fantasy VII (1997) para notar os polígonos gritantes e as animações robóticas. Mas isso não impediu esses jogos de serem revolucionários.

Mesmo com todas as limitações, o 3D abriu portas para experiências imersivas que seriam impossíveis no 2D. E aqui nasceu também o conceito de cinematografia nos jogos, que viria a crescer ainda mais nos anos seguintes.

Anos 2000 e o realismo tomando forma: texturas, iluminação e efeitos visuais

Half-Life 2 (2004)

A virada dos anos 2000 mudou tudo. Consoles como o PlayStation 2 (2000), o Xbox (2001) e mais tarde o PlayStation 3 (2006) e o Xbox 360 (2005) trouxeram poder gráfico suficiente para abandonar de vez os polígonos crus e abraçar texturas mais ricas, efeitos de luz elaborados e movimentos mais naturais.

Nesse período, surgiram tecnologias como shaders programáveis, bump mapping e motion blur, que deram vida a mundos muito mais detalhados.

Basicamente, estamos falando de:

  • Shaders programáveis: códigos que controlam como a luz e as texturas aparecem nos objetos do jogo, criando efeitos visuais mais realistas e dinâmicos, como brilho, sombra e reflexos;
  • Bump mapping: uma técnica que simula relevo em superfícies planas, dando a impressão de que há texturas complexas (tipo rachaduras ou pedras) sem precisar de mais polígonos;
  • Motion blur: aquele efeito de “borrão” no movimento que deixa as cenas mais suaves e naturais, como se fosse uma câmera filmando ação em alta velocidade.

Metal Gear Solid 2 (2001) foi um dos primeiros a mostrar o impacto da iluminação dinâmica, enquanto Half-Life 2 (2004) trouxe uma física mais realista que interagia com o visual de forma inteligente.

O resultado? Jogos com estética cada vez mais cinematográfica.

As cutscenes pareciam filmes, os personagens expressavam emoções com o rosto, e os mundos pareciam reais, mesmo quando eram puramente fantásticos, como em Shadow of the Colossus (2005) ou BioShock (2007).

Gráficos em 4K e além: o hiper-realismo da nova geração

Horizon Forbidden West (2022)

Com a chegada do PlayStation 5 (2020), do Xbox Series X (2020) e de PCs turbinados com RTX e SSDs de altíssima velocidade, entramos na era do hiper-realismo.

Agora, os gráficos dos jogos não são apenas bonitos, eles desafiam os limites da realidade.

A resolução 4K virou o novo padrão para quem quer qualidade visual impecável, e o ray tracing adicionou reflexos, sombras e iluminação com precisão quase fotográfica.

Jogos como Ghost of Tsushima (2020), Horizon Forbidden West (2022), Alan Wake 2 (2023) e misturam arte, design e engenharia de forma impressionante — e contam também com um excelente modo fotografia, algo praticamente obrigatório em jogos com visuais espetaculares hoje em dia.

Além disso, motores gráficos como a Unreal Engine 5 permitiram um salto brutal em qualidade e eficiência, com tecnologias como Nanite e Lumen que garantem mundos vastos, cheios de detalhes e com iluminação que reage ao ambiente em tempo real.

Mas o que mais impressiona nessa fase da evolução dos gráficos nos jogos é como o visual afeta a experiência emocional.

O brilho nos olhos de um personagem, a poeira dançando na luz de um pôr do sol, a textura da pele, da roupa, do cenário… tudo isso contribui para uma imersão que vai além dos gráficos. É quase sensorial.

Muito além dos pixels: estilo artístico, nostalgia e o que for divertido para você

Apesar de todo esse avanço técnico, uma coisa é certa: nem todo jogo precisa ser realista para ser incrível. E isso é maravilhoso.

Jogos como Celeste (2018) e Tunic (2022) mostram que o estilo artístico também é essencial. O visual cartunesco, o uso de cores ousadas, o design estilizado e outros aspectos criativos podem gerar uma experiência marcante sem depender de 4K ou ray tracing.

Na verdade, muitas equipes de desenvolvimento optam por um visual retrô por pura escolha criativa — e acertam em cheio.

Estamos em 2025 e evoluímos muito, mas tem que ser um bananão para achar que um game só é bom com gráficos estupidamente perfeitos e realistas.

A evolução dos gráficos nos jogos também é isso: a liberdade de escolher como contar uma história visualmente. Realismo, pixel art, cel shading, low poly ou seja o que for: tudo é válido quando bem feito, e quando é divertido para quem joga.

Entre o 8-bit e o 4K, o que conta é o impacto

A cada geração, os gráficos dos jogos evoluíram não apenas em resolução ou complexidade, mas na forma como nos fazem sentir.

Do charme pixelado dos anos 80 ao hiper-realismo da atualidade, a evolução visual dos games é também emocional, uma prova de que tecnologia e arte podem andar de mãos dadas.

Seja no brilho do olhar de um personagem em 4K ou na simplicidade encantadora de um sprite 2D, os gráficos continuam sendo uma ponte poderosa entre o jogo e quem joga. E cá entre nós: essa ponte só tende a ficar mais bonita.

Então me conta: qual foi o jogo que te fez pensar “nunca vi nada tão lindo assim”? Conta pra mim nos comentários.

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Giovanna Coppola
Giovanna Coppola

Uma das minhas memórias mais antigas sou eu com aproximadamente 6 anos deixando o Mega Drive ligado a noite toda porque não podia perder meu progresso em Sonic the Hedgehog. Além de jogos de videogame, sou apaixonada por tecnologia, cultura geek, arte, k-dramas, café, gatos e mais algumas coisinhas.

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