Qual a diferença entre dorama e k-drama?

As produções televisivas do leste asiático, especialmente as sul-coreanas, ganharam destaque mundial, conquistando um público enorme e marcando presença nos serviços de streaming mais populares. No entanto, uma confusão recorrente persiste: a diferenciação entre doramas e k-dramas.

Quantas pessoas você conhece (e talvez você seja uma delas) que se autodenominam dorameiras, mas, na verdade, o que elas realmente assistem são produções sul-coreanas? Pois é, o termo “dorameira” está sendo usado de maneira errada nessa situação.

Muitos fãs de k-dramas, por exemplo, acabam se confundindo com essa nomenclatura, sem perceber que fazem parte do fandom dos dramas sul-coreanos.

Se você também faz essa confusão ou não entendeu muito bem sobre o que estou falando, não se preocupe.

Vou explicar as diferenças entre dorama e k-drama – e talvez você descubra que, na verdade, não é uma pessoa “dorameira”, e sim “k-drameira” – acabei de inventar essa expressão. 😀

Doramas são produções japoneses

Os doramas são produções audiovisuais japonesas. Eles ocupam um espaço entre as novelas e as séries, com histórias contadas em episódios exibidos nos canais de televisão do Japão.

Essas obras costumam ter de 12 a 25 episódios, com duração média de 40 minutos a 1 hora cada. Os gêneros abordados são diversos, incluindo romance, comédia romântica, narrativas históricas e de suspense.

A principal característica dos doramas é a sua estrutura compacta, com foco em um pequeno grupo de personagens, e na habilidade de contar uma história completa em uma única temporada.

Originados na década de 1950, esses programas se tornaram uma parte essencial da cultura televisiva japonesa.

Minha indicação de dorama: Candy Color Paradox

  • Sinopse: Satoshi Onoe (Keito Kimura) sente orgulho da qualidade de sua escrita e da ética presente em suas reportagens enquanto trabalha para uma revista semanal. Contudo, sua satisfação é abalada quando é designado para trabalhar com Motoharu Kaburagi (Jyutaro Yamanaka), um fotógrafo rude e problemático.
  • Ano de lançamento: 2022
  • Episódios: 8

Para mim, Candy Color Paradox é um BL muito bom, quase excelente.

Não sabe o que é BL? É a sigla para “Boys Love”, um subgênero das produções asiáticas que retratam relações românticas, sexuais e/ou afetivas entre dois homens.

Candy Color Paradox aborda o o relacionamento dos protagonistas de forma sutil.

Também gostei do fato de evitar os exageros do gênero hentai – algo que, na minha opinião, pode arruinar qualquer obra de BL para quem busca algo mais “sério”.

O roteiro é excelente, as interações entre os personagens são ótimas, os atores desempenham bem seus papéis e o figurino é muito bonito também.

K-dramas são produções sul-coreanas

Os k-dramas são as séries de televisão da Coreia do Sul, e eles seguem uma eproduções sul-coreanasstrutura parecida com os doramas. Geralmente, têm em torno de 32 episódios, cada um durando aproximadamente uma hora.

Inspirados pelas novelas japonesas dos anos 1950, os k-dramas ganharam sua própria identidade como uma forma única de entretenimento, que reflete a diversidade cultural da Coreia do Sul.

Desde o primeiro drama exibido em 1962, essas produções têm conquistado fãs ao redor do mundo.

Minha indicação de k-drama: When the Devil Calls Your Name

Chegamos na melhor parte desse texto. 🙂

Embora eu tenha grande apreço pelas produções asiáticas de modo geral, incluindo os doramas, é pelos k-dramas que meu coração bate mais forte.

Foi mais ou menos em 2008 que eu comecei a explorar o cinema sul-coreano. O filme “O Caçador” foi um dos primeiros títulos que me lembro de ter visto.

Na época era muito difícil ter acesso ao cinema asiático. Tudo era na base do torrent e das legendas mal-sincronizadas (geralmente, em inglês).

Felizmente, hoje há dezenas de serviços de streaming ao nosso alcance, com milhares de produções que podem ser assistidas em alta definição em segundos.

Bem, minha indicação? Park Sung-woong.

Ah, eu devo indicar uma obra completa, não um ator? Perdoem minha falha, isso vai ser recorrente aqui.

Park Sung-woong foi o meu divisor de águas dos k-dramas e vou usar todas as oportunidades que tiver para colocá-lo em um pedestal (embora ele já seja alto o suficiente – 1,87 m).

Quando o Diabo Chama Seu Nome é a minha indicação de k-drama. Calma lá, não se deixe assustar pelo nome, eu juro que vai valer a pena.

  • Sinopse: Seo Dong-cheon (Jung Kyung-ho), um talentoso compositor, alcançou o auge do sucesso na indústria musical, mas sua jornada foi pavimentada com sacrifícios. Há uma década, desesperado por reconhecimento, ele fez um acordo com o Diabo / Mo Tae-gang (Park Sung-woong), recebendo fama e fortuna em troca de sua alma. Agora, à beira de perder tudo, Seo Dong-cheon tenta negociar com o Diabo para salvar sua vida. Inspirado em “Fausto” de Goethe, Quando o Diabo Chama Seu Nome, dirigido por Min Jin-ki, explora os custos do sucesso e os limites da redenção.
  • Ano de lançamento: 2019
  • Episódios: 16

Gostei bastante da sinergia dos personagens Seo Dong-cheon e Kim I-gyeong (Lee Seol). Achei que se desenvolveu bem e teve seus altos e baixos de maneira leve e tocante.

Destaque para a cena de Mo Tae-gang cantando para a Ji Seo-young (Lee El). Se Park Sung-woong fosse o diabo, eu daria minha alma de graça para ele. 🙂

Brincadeiras à parte, Quando o Diabo Chama Seu Nome tem também uma linda trilha sonora e traz boas reflexões. Vale muito a pena assistir.

“Pessoas asiáticas são todas iguais…”

Os doramas e os k-dramas são formas distintas de entretenimento televisivo, com raízes culturais no Japão e na Coreia do Sul, respectivamente, e é importante utilizarmos os termos corretos para nos referirmos a cada tipo de obra.

“Pessoas asiáticas são todas iguais…”

Essa frase era uma das favoritas dos nossos avós, bisavós e tataravós. Isso porque eles não conheceram o homem hetero branco brasileiro de classe média. 😉

Bem, é óbvio que “pessoas asiáticas não são todas iguais” e não precisaríamos ter que reforçar isso em [year], então não faz sentido chamar uma produção sul-coreana de dorama, e essa é a maior confusão que se costuma fazer.

Claro, muitas pessoas empregam os termos errados por falta de conhecimento, não com intenções preconceituosas/xenofóbicas, e não tem nenhum problema nisso. O problema é saber o termo correto e continuar errando!

Enfim, as duas formas de drama refletem as tradições e sensibilidades culturais de seus países de origem, proporcionando uma gama de narrativas muito rica.

Entender e respeitar cada termo é uma forma de celebrar a diversidade cultural de cada país. E isso é algo que precisamos fazer.

Ah, um adendo interessante: também existem os c-dramas (produções da China) e os t-dramas ou tw-dramas (produções de Taiwan).

E então, você conhecia as diferenças entre os termos? Usava o termo “pessoa dorameira” de forma errada? Deixe um comentário abaixo e vamos conversar. 🙂

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Giovanna Coppola
Giovanna Coppola

Uma das minhas memórias mais antigas sou eu com aproximadamente 6 anos deixando o Mega Drive ligado a noite toda porque não podia perder meu progresso em Sonic the Hedgehog. Além de jogos de videogame, sou apaixonada por tecnologia, cultura geek, arte, k-dramas, café, gatos e mais algumas coisinhas.

2 comentários

  1. Eu tbm uso essa expressão K drameira, não se se inventamos , mas é a forma correta . Dorameira sou eu que só vejo dorama , são mais de 700, e um K drama somente.

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