Mulheres na tecnologia: 16 nomes que fizeram (e fazem) história

A tecnologia está cheia de nomes famosos, mas muitos deles são homens. O que pouca gente sabe é que várias mulheres também fizeram história na tecnologia — e que sem elas, muita coisa simplesmente não existiria hoje.

Mesmo enfrentando preconceitos, barreiras e falta de reconhecimento, elas abriram caminho com inteligência, coragem e inovação.

Hoje, quero falar um pouco sobre o destaque que essas mentes brilhantes merecem. Porque sim, lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive revolucionando a tecnologia.

16 mulheres que fizeram (e fazem) história na tecnologia

Elas não só participaram: elas mudaram o jogo. De invenções pioneiras até códigos que colocaram o ser humano na Lua, essas mulheres deixaram marcas profundas no universo tech.

Em épocas e contextos diferentes, todas tiveram algo em comum: a ousadia de ocupar espaços que diziam não ser para elas. Se hoje temos internet, redes sociais, programação moderna e até Wi-Fi, muito disso passou pelas mãos dessas mentes brilhantes.

Vamos conhecer cada uma delas?

1. Ada Lovelace: a primeira programadora da história

Ada Lovelace

No século 19, em uma época onde os computadores ainda eram apenas uma ideia distante, Ada Lovelace já estava desbravando o futuro da computação.

Filha do poeta Lord Byron, Ada foi uma das primeiras mulheres a se apaixonar pela matemática e se tornou parceira intelectual de Charles Babbage, o criador da máquina analítica, um precursor do computador moderno.

Enquanto Babbage projetava a máquina, Ada enxergava o potencial de programá-la. Foi ela quem escreveu o primeiro algoritmo da história, descrevendo como a máquina poderia processar instruções para calcular uma sequência de números.

O mais impressionante é que isso aconteceu muito antes de qualquer computador real ser construído!

Mesmo que a máquina de Babbage nunca tenha sido finalizada, o trabalho de Ada Lovelace foi um marco.

Ela ficou conhecida como a primeira programadora da história, graças à sua visão incrível de que as máquinas poderiam fazer muito mais do que apenas cálculos.

Ou seja, Lovelace já antecipava muitas das ideias que, mais tarde, moldariam a computação como conhecemos hoje.

2. Grace Hopper: a mulher que falou em “bugs” antes de todo mundo

Grace Hopper

Grace Hopper foi uma das figuras mais geniais (e carismáticas) da história da computação.

Cientista da Marinha dos Estados Unidos, ela não só ajudou a criar uma das primeiras linguagens de programação, a COBOL, como também foi pioneira na ideia de que os computadores deveriam “falar” a linguagem das pessoas, e não o contrário.

Em uma época em que tudo era feito com códigos complicadíssimos, Grace defendeu o uso de linguagens mais acessíveis, o que revolucionou a programação.

Sabe o famoso “bug no sistema”? Dizem que esse termo se popularizou quando Grace encontrou uma mariposa presa dentro de um computador, causando erro na máquina. Desde então, a expressão pegou.

Grace era conhecida por seu bom humor, inteligência afiada e por nunca aceitar a desculpa do “sempre foi assim”.

Até hoje, ela é lembrada como uma das maiores mentes da tecnologia — e uma das mais inspiradoras também.

3. Hedy Lamarr: a inventora por trás do Wi-Fi

Hedy Lamarr

Muita gente conhece Hedy Lamarr como uma atriz glamourosa da Era de Ouro de Hollywood, mas o que poucos sabem é que, longe das câmeras, ela era também uma inventora brilhante.

Em plena Segunda Guerra Mundial, Hedy criou, junto com um amigo músico, um sistema de comunicação por salto de frequência — uma tecnologia pensada para impedir que torpedos controlados por rádio fossem interceptados.

A invenção passou despercebida na época, mas décadas depois serviu de base para tecnologias que usamos todos os dias, como Wi-Fi, GPS e Bluetooth.

Isso mesmo: o sinal da sua internet só existe hoje graças às ideias dela.

Hedy nunca recebeu o devido reconhecimento em vida, mas hoje é celebrada como uma mente à frente do seu tempo.

Ela mostrou que inteligência e criatividade não têm nada a ver com estereótipos — e que dá, sim, para ser estrela nas telas e nos laboratórios. Uma verdadeira visionária.

4. Radia Perlman: a mãe da internet

Radia Perlman

Se hoje você consegue acessar sites, enviar e-mails e ver vídeos online, agradeça (também) a Radia Perlman.

Conhecida como “a mãe da internet”, ela foi responsável por criar o Spanning Tree Protocol (STP) — um algoritmo essencial para o funcionamento das redes de computadores.

Em outras palavras, foi ela quem ajudou a fazer a internet funcionar de forma eficiente e segura, conectando milhares de dispositivos sem causar colapsos.

Mas Radia nunca gostou muito dos títulos grandiosos. Mesmo com um currículo de dar inveja, ela sempre foi discreta e direta, defendendo que tecnologia boa é aquela que facilita a vida das pessoas, sem complicação.

Além do STP, ela contribuiu com várias outras inovações em redes e segurança digital.

Enquanto muita gente ainda pensa que redes e infraestrutura são “coisa de homem”, Radia provou o contrário com genialidade e simplicidade.

Ela não só ajudou a construir a internet: ela fez isso com elegância técnica e humildade.

5. Margaret Hamilton: a engenheira que levou o homem à Lua

Margaret Hamilton

Margaret Hamilton foi a mente brilhante por trás do software que levou a Apollo 11 à Lua.

Sim, ela liderou a equipe de desenvolvimento do código que controlava o módulo lunar da missão da NASA — e que salvou o pouso em pleno voo, quando tudo parecia dar errado.

Graças à sua visão e organização, o sistema detectou sobrecarga nos computadores e priorizou funções essenciais, evitando uma possível tragédia.

Margaret também foi uma das responsáveis por consolidar o termo “engenharia de software”, em uma época em que escrever código era visto como algo sem tanto prestígio técnico.

Ela levou esse trabalho a sério, com rigor, lógica e um senso de responsabilidade gigantesco.

A imagem dela ao lado das pilhas de código que escreveu virou um dos símbolos mais marcantes da história da computação.

Com coragem e competência, Margaret mostrou que mulheres também podem estar nos bastidores dos maiores feitos da humanidade, inclusive nas estrelas.

6. Mary Kenneth Keller: a freira programadora com PhD

Mary Kenneth Keller

Mary Kenneth Keller foi uma verdadeira pioneira em um campo onde poucos imaginavam ver uma mulher, e muito menos uma freira.

Ela se formou em Matemática, obteve um PhD em Ciência da Computação e, mais do que isso, foi uma das primeiras a ensinar programação em uma época em que as mulheres eram praticamente invisíveis nesse campo.

Ela fez história não apenas pelo seu conhecimento, mas também pela sua visão.

Keller ajudou a desenvolver o primeiro curso de programação para iniciantes na década de 1960 e foi fundamental para o desenvolvimento de linguagens de programação mais acessíveis, como o BASIC, uma das primeiras a ser usada por iniciantes.

Seu trabalho transformou a maneira como a computação era vista, especialmente nas universidades, e abriu portas para futuras gerações de mulheres no campo da tecnologia.

7. Carol Shaw: a primeira mulher desenvolvedora de games

Carol Shaw

Carol Shaw, uma das mulheres mais importantes na indústria dos games, foi a primeira mulher a trabalhar como desenvolvedora de jogos em uma grande empresa.

Nos anos 70, ela entrou para a Atari, onde criou o famoso jogo River Raid, que se tornou um dos maiores sucessos do console Atari 2600.

Em uma indústria dominada por homens, Carol desafiou todas as expectativas e mostrou que lugar de mulher também é no desenvolvimento de games.

Ela não só foi uma das primeiras a criar jogos, mas também a adaptar sua visão para a programação de um jeito inovador, marcando sua presença de forma definitiva no meio.

River Raid foi aclamado por sua jogabilidade e se tornou um ícone da época.

Carol Shaw abriu as portas para muitas outras mulheres que, assim como ela, sonhavam em transformar o mundo dos games.

8. Annie Easley: a matemática que brilhou na NASA

Annie Easley

Annie Easley foi uma das mentes brilhantes por trás da exploração espacial, e sua história é um verdadeiro exemplo de perseverança e talento.

Como matemática e analista de computadores na NASA, ela trabalhou em projetos essenciais para o avanço da tecnologia espacial, incluindo os primeiros sistemas de propulsão para foguetes e o desenvolvimento de software para as missões da NASA.

Annie não apenas quebrou barreiras como mulher e afro-americana em um campo predominantemente masculino e branco, mas também ajudou a desenvolver cálculos e modelos matemáticos que foram fundamentais para o sucesso de missões espaciais.

Seu trabalho ajudou a garantir que foguetes e satélites fossem lançados de forma segura e eficiente. Não é pouca coisa, não?

Ela se tornou uma das pioneiras em sua área, mostrando que a matemática e a computação são campos abertos a todas as pessoas, independentemente de gênero ou raça.

9. Susan Wojcicki: a mente por trás do crescimento do YouTube

Susan Wojcicki

Susan Wojcicki é uma das figuras mais influentes do mundo da tecnologia e a responsável pelo crescimento impressionante do YouTube.

Como CEO da plataforma desde 2014, ela foi fundamental para transformar o YouTube de um site de vídeos compartilhados em um império global de mídia e entretenimento.

Sob sua liderança, o YouTube expandiu sua base de usuários, diversificou suas fontes de receita e se tornou um centro de conteúdo criado por milhões de pessoas ao redor do mundo.

Antes de se tornar CEO, Susan foi a responsável por muitos dos primeiros passos do Google, incluindo a criação do modelo de publicidade do AdSense, que revolucionou a monetização online.

Ela é uma das poucas mulheres a ocupar um cargo tão alto no Vale do Silício, e sua trajetória é um exemplo claro de como visão estratégica e inovação podem moldar o futuro.

Além de seu trabalho, Susan é uma defensora da inclusão e da diversidade, mostrando que mulheres podem, sim, liderar as maiores empresas do mundo.

10. Danielle Torres: foco em Inteligência Artificial e ativismo pelos direitos das pessoas trans

Danielle Torres

Danielle Torres é uma referência quando o assunto é tecnologia, contabilidade e diversidade.

Primeira executiva trans do Brasil, ela é sócia de qualidade global na KPMG, com foco em sustentabilidade, IFRS e ciência de dados.

Ela lidera temas complexos como contratos de seguros e integra comitês internacionais da área, com atuação de peso em Londres e nas Américas.

Mas seu olhar vai além dos números. Danielle é mestranda em Analytics no Georgia Institute of Technology e estuda Inteligência Artificial, com interesse especial em vieses e discriminação em algoritmos.

Já compartilhou suas ideias em artigos, podcasts e palestras, ajudando empresas e pessoas a enxergarem a tecnologia com mais responsabilidade.

Ela também escreve sobre o universo feminino na Marie Claire e é autora do livro Sou Danielle, onde revisita sua história e fala sobre ser mulher trans em espaços que ainda têm muito a evoluir.

Se até o gênero de um personagem de videogame incomoda, imagina ser uma mulher trans que inspira e transforma? Os transfóbicos que forem chorar, mandem áudio.

11. Camila Achutti: referência brasileira na luta por mais mulheres na tecnologia

Camila Achutti

Camila Achutti é uma das vozes mais influentes do Brasil quando o assunto é a inclusão de mulheres na tecnologia.

Professora do Insper e com mestrado em Ciências da Computação pela USP, Camila é fundadora da Mastertech, uma startup de educação eleita a mais atraente do país em 2018.

Camila também é criadora do portal Mulheres na Computação, uma das iniciativas mais impactantes para incentivar a participação feminina no setor tecnológico.

Além de sua carreira acadêmica e empresarial, Camila foi eleita uma das 100 Líderes do Amanhã e representou o Brasil no St. Gallen Symposium, na Suíça, em 2018.

Como ativista social, ela realiza projetos de inclusão digital em comunidades vulneráveis, incluindo tribos amazônicas e presídios femininos.

Camila também é colunista na Época Negócios e foi escolhida pela FORBES como um dos 91 talentos brasileiros abaixo de 30 anos que estão redefinindo a economia do país.

Sua trajetória é uma prova de que é possível transformar o cenário da tecnologia, promovendo a inclusão e a diversidade em todos os níveis.

12. Ellen Ochoa: primeira mulher hispânica a ir ao espaço

Ellen Ochoa

Ellen Ochoa fez história ao se tornar a primeira mulher hispânica a viajar para o espaço.

Em 1993, ela foi selecionada pela NASA para ser astronauta e, durante sua missão no ônibus espacial Discovery, ela se destacou não apenas como uma cientista, mas como uma pioneira, abrindo portas para muitas outras mulheres no setor espacial.

Antes de sua carreira na NASA, Ellen tinha um PhD em Engenharia Elétrica e trabalhou em diversas áreas de pesquisa, incluindo sistemas de radar e tecnologia de imagem.

Ela realizou quatro missões espaciais, totalizando mais de 950 horas no espaço, e sua carreira foi marcada por seu compromisso com a educação e a promoção da ciência.

Além de ser uma inspiração para futuras gerações de mulheres, Ellen também ocupou cargos de liderança dentro da NASA, onde continuou a quebrar barreiras e a incentivar a diversidade e a inclusão no setor espacial.

13. Katherine Johnson: a mente brilhante por trás dos cálculos da NASA

Katherine Johnson

Katherine Johnson foi uma das matemáticas mais brilhantes da história, sendo fundamental para o sucesso das primeiras missões espaciais da NASA.

Ela trabalhou em cálculos de trajetórias para a missão que levou o astronauta John Glenn ao espaço em 1962, e suas contribuições foram essenciais para garantir a precisão dos cálculos necessários para a segurança e o sucesso das missões espaciais.

Em uma época em que as mulheres e as pessoas afro-americanas enfrentavam imensos obstáculos, Katherine desafiou as normas, superando barreiras raciais e de gênero para se tornar uma das matemáticas mais respeitadas na NASA.

Sua habilidade em resolver problemas complexos de física e matemática a tornou uma peça-chave na corrida espacial, especialmente nas missões do Projeto Mercúrio e do Apollo.

Ela também ajudou a transformar o entendimento sobre o papel das mulheres e pessoas negras nas ciências, inspirando gerações de cientistas a acreditarem no poder da educação e da perseverança.

14. Shafi Goldwasser: revolucionou a segurança digital com criptografia

Shafi Goldwasser

Shafi Goldwasser é uma das pioneiras no campo da criptografia moderna, sendo responsável por revolucionar a segurança digital com suas contribuições fundamentais para a proteção de informações na era digital. C

omo professora e pesquisadora no MIT, ela foi uma das responsáveis pelo desenvolvimento de algoritmos que são amplamente utilizados até hoje para garantir a privacidade e a segurança dos dados na internet.

Goldwasser e seu colega Silvio Micali criaram o conceito de “criptografia probabilística”, uma técnica que permite a criação de sistemas de segurança altamente seguros, protegendo as informações contra ataques e garantindo transações confiáveis.

Seu trabalho ajudou a estabelecer as bases para muitas das tecnologias de criptografia utilizadas em sistemas bancários, e-commerces e outras áreas sensíveis.

Sua pesquisa continua a influenciar diretamente a segurança digital e a criptografia usada em tudo, desde transações financeiras até a proteção de dados pessoais.

15. Reshma Saujani: criadora do movimento “Girls Who Code”

Reshma Saujani

Reshma Saujani é a fundadora do movimento “Girls Who Code”, uma das iniciativas mais influentes na luta pela inclusão de meninas e mulheres no mundo da programação e da tecnologia.

Criado em 2012, o movimento tem como objetivo ensinar programação a meninas e jovens mulheres, oferecendo as ferramentas e o apoio necessário para prosperar em um setor predominantemente masculino.

Além de ser uma defensora incansável da diversidade na tecnologia, Reshma é autora do livro “Brave, Not Perfect”, que incentiva as mulheres a superarem o medo de falhar e a se arriscarem mais em suas carreiras.

Ela acredita que a chave para um futuro mais inclusivo na tecnologia está em mudar a forma como as meninas se veem e se sentem em relação a suas habilidades.

Com sua visão e dedicação, Reshma Saujani ajudou a formar uma geração de mulheres capazes de enfrentar e transformar o setor tecnológico, provando que, com apoio e incentivo, qualquer garota pode se tornar uma programadora de sucesso.

16. Marissa Mayer: de engenheira do Google à CEO do Yahoo

Marissa Mayer

Marissa Mayer é uma das figuras mais icônicas da tecnologia, com uma carreira marcada por uma transição impressionante de engenheira do Google para CEO do Yahoo.

No Google, ela foi uma das primeiras contratadas e desempenhou um papel super importante no desenvolvimento de produtos como a busca do Google, Google Maps e Gmail, tornando-se uma das executivas mais conhecidas do setor.

Sua passagem pelo Yahoo começou em 2012, quando assumiu a liderança da empresa, que estava enfrentando desafios financeiros e estratégicos.

Mayer implementou várias mudanças, desde melhorias no design e experiência de usuário até a reestruturação do portfólio de produtos, tentando revitalizar o Yahoo e torná-lo mais competitivo.

Marissa não é apenas uma exceção no mundo da tecnologia por ser mulher, mas também um exemplo de como visão e coragem podem transformar empresas e deixar um legado duradouro.

O que o futuro nos reserva?

Essas mulheres não apenas fizeram história, mas também abriram caminho para um futuro mais diverso e inclusivo na tecnologia. Suas histórias mostram que a inovação fica ainda mais poderosa quando compartilhada por diferentes perspectivas.

Precisamos continuar contando essas histórias e inspirando mais meninas a ocuparem esse espaço. O futuro da tecnologia é mais forte quando é diverso — e elas já provaram isso.

E se você acha que a tecnologia pode transformar vidas, vale a pena dar uma olhada também em como os games podem impactar positivamente a saúde mental.

Qual dessas mulheres você já conhecia? Conta pra mim nos comentários.

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Giovanna Coppola
Giovanna Coppola

Uma das minhas memórias mais antigas sou eu com aproximadamente 6 anos deixando o Mega Drive ligado a noite toda porque não podia perder meu progresso em Sonic the Hedgehog. Além de jogos de videogame, sou apaixonada por tecnologia, cultura geek, arte, k-dramas, café, gatos e mais algumas coisinhas.

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