Você já se deparou com um dos famosos “re’s” em um jogo e ficou na dúvida sobre o que esperar? Sim, estou falando dos jogos remaster, remake e reboot, um trio que causa confusão em muitas pessoas que ainda não estão acostumadas com essas nomenclaturas.
Embora soem semelhantes, remasters, remakes e reboots representam graus variados de modificação de um jogo original.
Calma, não é coisa de outro mundo. Vou explicar as principais diferenças, mostrando alguns exemplos para você entender melhor.
O que é um remaster?

Um remaster é uma atualização estética de um jogo existente que traz a ele um visual mais moderno.
De todos os tipos de modificação, o remaster é o mais sutil. São atualizações mínimas, como novas texturas para personagens, por exemplo.
Nada é mudado no jogo. Os modelos em si, o motor (engine), a história e o código permanecem inalterados.
Portanto, um remaster geralmente é aplicado a jogos relativamente recentes que ainda não estão completamente desatualizados e ainda funcionam bem com consoles modernos.
O principal objetivo do remaster é trazer os gráficos do jogo para um nível mais moderno e, se necessário, melhorar seu desempenho e som.
O nível de modificação varia. Pode ser uma pequena alteração como correção de cor, uma substituição quase completa de texturas ou até mesmo uma remodelação parcial do modelo para aumentar o nível de detalhes.
Veja alguns exemplos de jogos remastered:
- The Last of Us (2013) – The Last of Us Remastered (2014)
- Alan Wake (2010) – Alan Wake Remastered (2021)
- Uncharted: The Nathan Drake Collection (2015) – coleção com remasters dos três primeiros jogos
- Life is Strange (2015) – Life is Strange Remastered (2022)
O que é um remake?

Um remake, por outro lado, mantém a história principal e os elementos essenciais da jogabilidade, mas é uma intervenção mais radical do original.
Basicamente, é um novo jogo que traz os elementos principais do original, recriado em gráficos modernos com mecânicas modernas para hardwares modernos. 😀
Em outras palavras: no jogo remake, aquele boneco pixelizado e desengonçado que você viu no PS2 sai de cena e dá espaço para um boneco totalmente novo e realista.
O principal objetivo de um remake é criar uma nova versão moderna de um jogo que está muito desatualizado para ser simplesmente remasterizado.
Ao contrário do remaster, o remake não é uma cópia completa e quadro a quadro do original, mas sim uma interpretação mais moderna.
Novos gráficos, novo motor e novos elementos de design de jogo são combinados com o título antigo.
Outro detalhe que quase esqueci: em alguns casos, no remake, a história e a jogabilidade também podem ser alteradas e adaptadas. Mas na maioria das vezes, a trama principal é preservada.
Bons exemplos são:
- Shadow of the Colossus (2005) – Shadow of the Colossus (2018)
- Resident Evil 2 (1998) – Resident Evil 2 (2019)
- The Legend of Zelda: Link’s Awakening (1993) – The Legend of Zelda: Link’s Awakening (2019)
- Final Fantasy VII (1997) – Final Fantasy VII Remake (2020)
O que é um reboot?

Por fim, um reboot é a criação de um novo jogo baseado no universo do jogo original. Dos três, é o que mais foge do que foi feito inicialmente.
Dos remasters e remakes, ainda esperamos certa semelhança com o original na maioria dos aspectos, o que não acontece com o reboot.
O reboot dá ao time de desenvolvimento a liberdade de mudar ideias e conceitos antigos, introduzir e remover personagens, adicionar locais e histórias completamente novos e muito mais.
O principal objetivo de um reboot é reviver o jogo ou a série de jogos para atrair novas pessoas interessadas e também fazer com que a antiga base de fãs deseje reviver aquela história. Uma forma “garantida” de vender os jogos? Bem, eu diria que sim.
Veja alguns exemplos famosos de reboot:
- Doom (1993) – Doom (2016)
- Devil May Cry (2001) – DmC: Devil May Cry (2013)
- Shadow Warrior (1997) – Shadow Warrior (2013)
- Tomb Raider (1996) – Tomb Raider (2013)
Tabela comparativa entre jogos remaster, remake e reboot
Bom, espero que eu tenha conseguido dar boas explicações. De qualquer forma, uma tabelinha sempre vai bem, certo? Assim, fica mais fácil visualizar as diferenças entre os conceitos.
Mudanças gráficas | Mudanças na jogabilidade | Mudanças na história | Mudanças no design do jogo | |
Remaster | Sim | Não | Não | Não |
Remake | Sim | É possível, mas não obrigatório | É possível, mas não obrigatório | Sim |
Reboot | Sim | Sim | Sim | Sim |
Veja o que considerei para cada aspecto mostrado na tabela acima:
- Mudanças gráficas: atualização de texturas, adição de detalhes nos modelos
- Mudanças na jogabilidade: interatividade entre jogo e jogador
- Mudanças na história: principais linhas de enredo, personagens, missões, cutscenes
- Mudanças no design do jogo: UX/UI, design, construção de locais
Resumindo: o que aprendemos com tudo isso?
Um remaster, um remake e um reboot são modificações feitas em um jogo original, mas de formas e em níveis diferentes.
No ambiente tecnológico acelerado de hoje, as mudanças geracionais em consoles e componentes de PC estão acontecendo muito mais frequentemente do que nunca. Agora, um jogo é considerado antigo se tiver mais de 3 anos.
Sim, pessoas, o lendário Grand Theft Auto 5 e o magnífico Red Dead Redemption 2 já são considerados jogos antigos, não importa quão estranho isso possa parecer.
Agora, com tudo acontecendo mais rápido que o Sonic no seu melhor dia, a guerra de consoles se intensifica ainda mais, com as empresas lançando novas versões para atender aos jogadores mais exigentes.
Remasters, remakes e reboots, então, ganham cada vez mais espaço no mercado, colaborando com uma grande fatia para as desenvolvedoras.
Agora você não vai mais confundir remaster, remake e reboot. E se você também confunde roguelike e roguelite (que não têm nenhuma relação com soulslike), vale a pena conferir os artigos que fiz sobre esses temas.
Você já sabia sobre essas diferenças? O que acha dessas formas de recriar jogos originais? Deixe um comentário abaixo e vamos conversar. 🙂